CNAE para Gestor de Tráfego: Como Escolher o Código Correto e Evitar Problemas Fiscais
A profissão de gestor de tráfego digital tem ganhado destaque no mercado, exigindo uma formalização adequada para garantir segurança jurídica e benefícios fiscais. Neste artigo, abordaremos como escolher o CNAE correto para gestores de tráfego, os impactos tributários dessa escolha e os passos para regularizar sua atividade profissional.
O Que é CNAE e Por Que é Importante?
O CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) é um código que identifica as atividades econômicas exercidas por uma empresa. A escolha correta do CNAE é fundamental para:
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Determinar o regime tributário aplicável;
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Garantir a emissão correta de notas fiscais;
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Evitar autuações fiscais por enquadramento inadequado.
CNAE Ideal para Gestores de Tráfego
Recentemente, a Receita Federal atualizou a classificação para incluir atividades relacionadas à gestão de tráfego digital. O CNAE recomendado é:
6319-4/00 – Portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet
Este código abrange serviços de gestão e medição de tráfego digital na internet, sendo o mais adequado para profissionais que atuam com tráfego pago e estratégias de marketing digital .
CNAEs Secundários Relevantes
Além do CNAE principal, é possível incluir atividades secundárias que complementem os serviços oferecidos:
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7311-4/00 – Agências de publicidade: Para serviços mais amplos de publicidade digital.
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7319-0/03 – Marketing direto: Caso atue com campanhas de marketing direto.
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74.90-1/04 – Atividades de intermediação e agenciamento de serviços e negócios em geral, exceto imobiliários: Para atividades relacionadas a afiliados ou dropshipping.
A escolha dos CNAEs secundários deve refletir fielmente as atividades exercidas, evitando problemas fiscais futuros.
Gestor de Tráfego Pode Ser MEI?
Não, a atividade de gestor de tráfego não se enquadra nas categorias permitidas para o MEI (Microempreendedor Individual). Portanto, é necessário optar por outros tipos de empresa, como:
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Empresário Individual (EI)
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Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI)
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Sociedade Limitada (LTDA)
Optar pelo regime do Simples Nacional pode ser vantajoso, dependendo do faturamento e da estrutura da empresa .
Implicações Tributárias do CNAE Escolhido
A escolha do CNAE influencia diretamente na carga tributária da empresa. No caso do CNAE 6319-4/00, a tributação pode variar conforme o regime adotado:
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Simples Nacional: Alíquotas variam de acordo com o faturamento e o anexo em que a atividade se enquadra. O CNAE 6319-4/00 pode ser tributado pelo Anexo III ou V, dependendo do fator R (relação entre a folha de pagamento e a receita bruta) .
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Lucro Presumido: Alíquotas podem variar entre 13,33% e 16,33%, dependendo do município .
É essencial consultar um contador para avaliar a melhor opção tributária para o seu caso específico.
Riscos de Utilizar um CNAE Inadequado
Utilizar um CNAE que não corresponde às atividades exercidas pode acarretar:
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Autuações fiscais: Por emissão incorreta de notas fiscais.
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Multas: Devido ao recolhimento inadequado de tributos.
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Dificuldades na obtenção de crédito: Instituições financeiras avaliam o CNAE para concessão de financiamentos.
Portanto, a escolha correta do CNAE é crucial para a saúde financeira e legal da empresa.
Passos para Regularizar sua Atividade como Gestor de Tráfego
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Consultar um contador especializado: Profissionais com experiência em negócios digitais podem orientar na escolha do CNAE e regime tributário adequados.
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Definir a estrutura jurídica da empresa: Escolher entre EI, EIRELI ou LTDA.
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Registrar a empresa: Junto aos órgãos competentes, como Junta Comercial e Receita Federal.
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Obter licenças e alvarás necessários: Conforme a atividade e local de atuação.
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Emitir notas fiscais corretamente: Utilizando o CNAE adequado e seguindo as obrigações fiscais.
A formalização adequada da atividade de gestor de tráfego é essencial para o crescimento sustentável e seguro no mercado digital. A escolha correta do CNAE, aliada a uma estrutura tributária eficiente, proporciona benefícios fiscais e evita complicações legais.
Publicado por Cleiton Sousa
Contador | Especialista Contabilidade Fiscal e Direito Tributário