Infoprodutor pode ser MEI? Entenda como funciona e quais cuidados tomar

Infoprodutor pode ser MEI? Entenda como funciona e quais cuidados tomar

Com o crescimento do mercado digital e a explosão dos infoprodutos — como cursos online, e-books, mentorias e aulas gravadas — muitos profissionais se perguntam: infoprodutor pode ser MEI? Essa dúvida é legítima, especialmente para quem está começando e busca uma forma simples e acessível de formalizar suas atividades.

Neste artigo completo, você vai entender:

  • O que é ser um infoprodutor;
  • Quais atividades são permitidas para MEI;
  • Se infoprodutor pode ou não atuar como MEI;
  • Cuidados fiscais e contábeis que você precisa tomar;
  • Alternativas para quem fatura mais ou atua com atividades não permitidas.

O que é um infoprodutor?

Infoprodutor é o profissional que cria e comercializa produtos digitais com conteúdo informativo, educacional ou de entretenimento. Esses produtos podem ser:

  • Cursos online (gravados ou ao vivo);
  • E-books;
  • Planilhas automatizadas;
  • Podcasts e aulas;
  • Mentorias e consultorias digitais;
  • Webinários e eventos online pagos.

Esse modelo de negócio se popularizou com o avanço da internet e o surgimento de plataformas como Hotmart, Eduzz, Monetizze e outras, que facilitam a venda e entrega dos infoprodutos.

MEI: o que é e quais são as regras?

O MEI (Microempreendedor Individual) é o regime tributário simplificado criado para facilitar a formalização de pequenos empreendedores. Com ele, é possível ter CNPJ, emitir notas fiscais, pagar tributos em guia única (DAS) e ter acesso a benefícios como aposentadoria e auxílio-doença.

Mas o MEI tem limites e restrições importantes:

  • Faturamento máximo de R$ 81 mil por ano (média de R$ 6.750 por mês);
  • Não pode ter participação em outra empresa como sócio ou titular;
  • Pode contratar no máximo 1 funcionário;
  • Só pode exercer atividades previstas na lista oficial de ocupações permitidas para o MEI (CNAEs específicos).

Infoprodutor pode ser MEI?

Depende da atividade exercida e da forma como o conteúdo é distribuído.

O infoprodutor pode ser MEI se estiver enquadrado em atividades permitidas no MEI, como:

  • Editor de jornais (CNAE 5812-3/00);
  • Editor de livros (CNAE 5811-5/00);
  • Reprodução de gravações (CNAE 1822-9/99);
  • Instrutor de cursos gerenciais (CNAE 8599-6/04);
  • Instrutor de informática (CNAE 8599-6/03).

Essas atividades se aproximam do trabalho do infoprodutor, principalmente quando o conteúdo é entregue de forma gravada ou como material informativo (e-books, PDFs, vídeos, planilhas).

Contudo, algumas atividades típicas do infoprodutor não são permitidas no MEI, como:

  • Desenvolvimento de software sob demanda;
  • Atividades de publicidade e marketing digital;
  • Produção de vídeos com monetização via YouTube ou plataformas similares;
  • Venda de serviços de consultoria personalizada contínua.

Nesses casos, o ideal é optar por outra natureza jurídica, como ME (Microempresa) no Simples Nacional.

Atenção ao CNAE: o código da sua atividade econômica

Ao abrir um MEI, é preciso escolher o CNAE correto. É o código que define o tipo de atividade da empresa. Escolher um CNAE inadequado pode causar problemas fiscais e até impedimento para emitir notas fiscais ou receber pagamentos via plataformas.

Para infoprodutores, os CNAEs mais utilizados dentro do MEI são:

  • 8599-6/04 — Instrutor de cursos gerenciais;
  • 8599-6/03 — Instrutor de informática;
  • 5811-5/00 — Edição de livros;
  • 5812-3/00 — Edição de jornais.

Mesmo que a atividade do infoprodutor se encaixe em um desses CNAEs, é fundamental verificar a descrição detalhada de cada um e consultar um contador especializado.

Cuidados que o infoprodutor deve tomar ao ser MEI

  1. Controle de faturamento:
    • O limite anual de R$ 81 mil precisa ser respeitado. Se ultrapassar, há obrigatoriedade de desenquadramento e migração para ME.
  2. Organização contábil:
    • Apesar da simplicidade do MEI, é necessário registrar receitas, emitir notas fiscais quando exigido e guardar comprovantes.
  3. Nota fiscal:
    • Para vendas a empresas ou órgãos públicos, é obrigatório emitir nota fiscal.
  4. Plataformas digitais:
    • Ao utilizar plataformas como Hotmart, Eduzz ou Monetizze, esteja atento à forma como os pagamentos são realizados. Se os repasses forem feitos ao CPF, e não ao CNPJ, isso pode dificultar a comprovação da renda da empresa.
  5. Tributação correta:
    • O MEI paga impostos fixos mensais, mas se não estiver enquadrado corretamente, poderá ser tributado com base no carnê-leão, como pessoa física — o que gera mais impostos.

Quando o MEI não é mais suficiente para o infoprodutor?

Se o infoprodutor começa a:

  • Ultrapassar o faturamento de R$ 81 mil anuais;
  • Prestar serviços fora da lista do MEI;
  • Atuar com marketing, consultoria ou publicidade;
  • Ter mais estrutura e crescer como empresa;

É hora de migrar para ME ou LTDA no Simples Nacional. Nesse caso, a carga tributária pode começar em 6% e ser muito mais vantajosa do que pagar 27,5% como pessoa física.

Vantagens de ser ME ou abrir uma empresa como infoprodutor
  • Faturar mais sem restrição de limite anual;
  • Emitir notas fiscais com mais facilidade;
  • Contratar equipe ou prestadores de serviço;
  • Possibilidade de ter sócios ou investidores;
  • Melhor planejamento tributário;
  • Acesso facilitado a crédito e financiamentos.

Infoprodutor pode ser MEI? Sim, mas com atenção!

A resposta é: sim, em alguns casos o infoprodutor pode ser MEI, mas é necessário verificar:

  • Se a atividade está na lista de ocupações permitidas do MEI;
  • Se o faturamento está dentro do limite;
  • Se o modelo de negócios se encaixa no que o MEI permite.

Se você está começando, ser MEI pode ser uma excelente porta de entrada para se formalizar, pagar menos impostos e atuar com mais segurança jurídica. Porém, à medida que seu negócio cresce, é fundamental fazer um planejamento tributário para evitar surpresas e pagar menos impostos.

Publicado por Cleiton Sousa
Contador | Especialista Contabilidade Fiscal e Direito Tributário

 

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