Obrigações fiscais e trabalhistas de um pet shop em: o que você precisa saber

Obrigações fiscais e trabalhistas de um pet shop em: o que você precisa saber


Obrigatoriedades que impactam o caixa do pet shop

Administrar um pet shop vai além de atender bem os pets e seus tutores. Em 2025, os donos de pet shops precisam lidar com uma carga crescente de obrigações fiscais e trabalhistas. Desde a folha de pagamento até a emissão de guias, esses deveres impactam diretamente os custos e a sustentabilidade do negócio — especialmente quando falamos de equipe envolvida com banho, tosa, hotelzinho e vendas.

Este guia completo traz, em linguagem clara, tudo que um pet shop precisa saber sobre encargos trabalhistas, obrigações fiscais, sistemas como eSocial, FGTS Digital e DCTFWeb, além de boas práticas para evitar multas e manter o negócio saudável.


1. Cadastro e folha de pagamento: o primeiro compromisso com a lei

1.1. CNPJ, CNAE e registro de funcionários

Todo pet shop precisa estar com seu CNPJ ativo e CNAEs corretos — comércio (ex.: 4789-0/04) e serviço (ex.: 9609-2/08, se fizer banho e tosa), conforme detalhado na legislação atualizada. Esses códigos garantem enquadramento tributário adequado para folha, produtos e serviços.

Ao contratar funcionários, é obrigatório registrá-los no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) e enviar os dados ao eSocial corretamente, incluindo admissões com remuneração, cargo e jornada.

1.2. eSocial: controle das obrigações trabalhistas

Em 2025, o eSocial já é ferramenta consolidada para o envio de informações como admissões, alterações, férias, afastamentos e desligamentos. O pet shop deve alimentar o sistema dentro dos prazos para evitar multas e autuações.

O eSocial gera os dados necessários para a apuração do INSS patronal, INSS do empregado, FGTS e outras obrigações. O pagamento de folha é baseado nesses eventos enviados.


2. INSS, FGTS e encargos trabalhistas: o que cairá no seu caixa

2.1. INSS patronal e INSS do empregado

O empregador recolhe mensalmente o INSS patronal, geralmente na faixa de 20% sobre remuneração. O desconto do INSS do empregado (entre 7,5% e 14%) é descontado de seu salário bruto e também repassado via guia unificada.

2.2. FGTS: do depósito ao parcelamento

O FGTS corresponde a 8% do salário bruto e deve ser recolhido mensalmente. Desde março/2024, o sistema FGTS Digital passou a ser obrigatório para empresas com folha, e a partir de julho/2025 permitiu o parcelamento de débitos referentes às obrigações trabalhistas. Essa funcionalidade traz alívio ao caixa em casos de atrasos ou imprevistos.

2.3. Outras obrigações acessórias

Além dos encargos diretos, o pet shop precisa lidar com:

  • 13º salário e férias — com provisionamento mensal e pagamento conforme legislação.

  • Adicionais (noturno, insalubridade, periculosidade) — caso a atividade (banho/hotel) se enquadre.

  • Aviso prévio e indenizações em caso de demissão sem justa causa.


3. DCTFWeb: como ela se conecta ao eSocial e FGTS Digital

A DCTFWeb é a declaração que reúne os dados de INSS e FGTS enviados pelo eSocial. Após o fechamento no eSocial, o DCTFWeb importa as informações que devem ser conferidas e declaradas à Receita Federal — tudo de forma digital.

Importante: conferi-las antes do envio evita divergências, pendências e possíveis multas.


4. Obrigações fiscais: ICMS, ISS e tributação sobre folha

4.1. ICMS e ISS: quando incidem?

  • ICMS é aplicado sobre venda de produtos (ração, brinquedos, acessórios).

  • ISS incide sobre serviços (banho, tosa, hospedagem, transporte). Cada município tem alíquotas próprias e exigências para NFS-e — especialmente relevante para pet shops com foco em serviços. Se o pet shop for MEI, pode usar o Emissor Nacional da NFS-e, simplificando o processo.

4.2. Como os encargos sobre folha oneram o custo do serviço

Quando um pet shop oferece serviços como banho e tosa, o preço precisa incluir não apenas matérias-primas, mas também INSS patronal, FGTS, férias e outros encargos. Muitos pet shops subfaturam se baseando apenas na concorrência, sem considerar esses custos embutidos, o que mina a rentabilidade.


5. Calendário fiscal e trabalhista de um pet shop 

5.1. Rotina mensal

  • Enviar eventos ao eSocial (admissão, alt., desligamento).

  • Fechar folha, gerar guias de INSS patronal, INSS funcionário, FGTS via FGTS Digital.

  • Conferir e transmitir DCTFWeb.

  • Emitir NFS-e (se houver serviços).

  • Gerar ICMS (produtos) e ISS (serviços), conforme regime tributário.

5.2. Rotina anual

  • Provisão e pagamento do 13º salário e férias.

  • Revisão de CNAEs, regime tributário e folha de pagamento para o ano seguinte.

  • Planejamento do fluxo de caixa, considerando as obrigações trabalhistas e fiscais que se aproximam (ex.: férias do time).


6. Boas práticas para manter o pet shop regularizado e rentável

  1. Use agenda fiscal digital com alertas para prazos e vencimentos (tributos, declarações, obrigações trabalhistas).

  2. Integre sistemas: gestão do pet shop + contabilidade digital + eSocial/FGTS Digital + emissão de notas. Isso evita retrabalho e reduz erros.

  3. Faça conciliações mensais: folha versus guias pagas, notas emitidas versus receita.

  4. Providencie fundo de caixa para encargos: em meses de alta sazonalidade (ex.: férias escolares), custos de folha e impostos podem pesar mais.

  5. Conte com contador especializado: especialmente para pet shops com equipe crescente, misto de venda e serviço, ou que planejam expandir em 2025.


7. Exemplos práticos (casos reais de pet shops)

  • Pet Shop da Vila duplicou a folha em promoções de alta temporada. Com a ajuda do contador, mudou o regime tributário e aproveitou o FGTS Digital para parcelar encargos, evitando impacto no fluxo de caixa.

  • Pet Boutique Petize automati­zou a emissão de NFS-e e integração com o contábil. Resultado: redução de 40% nos erros de lançamento e economia real com multas fiscais.


8. Por que manter tudo em dia faz diferença operacional

  • Evita multas e autuações, que podem chegar a valores significativos e até suspender atividades.

  • Melhora gestão de caixa, pois evita surpresas de última hora.

  • Fortalece a confiança do time, que sabe que sua remuneração e direitos estão garantidos.

  • Permite tomada de decisões estratégicas com base em dados reais, não em “achismos”.


9. Checklist completo — obrigações fiscais e trabalhistas do pet shop 

  • Enviar eSocial mensalmente (admissão, alt., desligamento, férias).

  • Processar folha, calcular INSS (patr. + emp.) e FGTS.

  • Recolher FGTS via FGTS Digital (com possibilidade de parcelamento).

  • Enviar DCTFWeb corretamente.

  • Emitir NFS-e (serviços) e NF-e (produtos).

  • Apurar e recolher ICMS e ISS conforme regime tributário.

  • Fazer provisão e pagamento da 13ª e férias.

  • Revisar regime tributário e CNAEs ao final do ano.

  • Manter conciliação contábil e fiscal mensal.

  • Ter alerta digital para prazos e obrigações.

Administrar um pet shop exige atenção total às obrigações fiscais e trabalhistas. Desde o envio correto dos eventos ao eSocial, passando pelo fechamento mensal de folha e guias (INSS, FGTS, DCTFWeb), até a emissão de notas fiscais e recolhimento de impostos, cada passo impacta diretamente no caixa e na tranquilidade do negócio.

Se você quer ter mais controle, evitar multas e garantir crescimento sustentável, vale investir em contabilidade especializada, sistemas integrados e gestão preventiva. A saúde do seu pet shop merece essa atenção — e sua lucratividade também.

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Publicado por Cleiton Sousa
Contador | Especialista Contabilidade Fiscal e Direito Tributário

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